ECONOMIA

PIB tem alta de 0,6% entre julho e setembro, mas recuperação é considerada lenta

Atualizado em 03 dezembro, 2019

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2019 aponta que ainda não há uma tendência clara de recuperação da atividade econômica, apesar do crescimento. O PIB registrou alta de 0,6% entre julho e setembro frente ao trimestre anterior e de 1,2% em relação ao mesmo período de 2018. No acumulado em quatro trimestres, o PIB cresceu 1,0%, na comparação com os quatro trimestres anteriores. No acumulado do ano, cresceu 1,0%, em relação a setembro do ano passado.

Conforme o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova, nunca um processo de recuperação econômica foi tão lento no país. “Em crises anteriores, dois anos após os resultados negativos, o Brasil já apresentava números superiores ao período pré-crise. Atualmente, o PIB real brasileiro está muito próximo ao observado em 2012 e ainda distante da máxima observada em 2014. No atual ritmo, estima-se que apenas em 2021 o país vai recuperar tudo que perdeu em 2015 e 2016. Com isso, o Brasil estagna e vai ficando atrás em relação a seus pares internacionais”, avalia.

Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,842 trilhão no 3º trimestre de 2019, sendo R$ 1,582 trilhão referentes ao Valor Adicionado e R$ 259,7 bilhões aos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.

Por setores, a maior alta foi da Agropecuária com crescimento de 1,3%, seguida pela Indústria (0,8%) e pelos Serviços (0,4%) na comparação com o segundo trimestre de 2019. O crescimento na Indústria se deve às Indústrias Extrativas (alta de 12,0%, puxada pelo crescimento da extração de petróleo) e à Construção (1,3%). Recuaram no trimestre Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,9%) e Indústrias de Transformação (-1,0%).

Nos Serviços, os resultados positivos foram em Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,2%), Comércio (1,1%), Informação e comunicação (1,1%), Atividades imobiliárias (0,3%) e Outras atividades de serviços (0,1%). Já os recuos foram nas atividades de Transporte, armazenagem e correio (-0,1%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,6%).

Pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (2,0%) e a Despesa de Consumo das Famílias (0,8%) tiveram variação positiva. Já a Despesa de Consumo do Governo (-0,4%) recuou em relação ao trimestre imediatamente anterior. No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços recuaram 2,8%, enquanto as Importações de Bens e Serviços cresceram 2,9% na mesma comparação.

A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2019 foi de 16,3% do PIB, a mesma que foi observada no mesmo período do ano anterior (16,3%). A taxa de poupança foi de 13,5% no terceiro trimestre de 2019 (ante 13,1% no mesmo período de 2018).

A taxa de investimento, indutora de um crescimento sustentado da economia, ainda mantém-se em valor deprimido de 16,3%, e o prolongamento do déficit fiscal, que já estende por quatro anos, impede investimentos mais robustos nas áreas de infraestrutura, que poderiam destravar a produtividade brasileira.

No terceiro trimestre, a redução dos juros e o efeito inicial dos saques do FGTS impulsionaram o consumo e possibilitaram o crescimento. Por outro lado, a disputa comercial entre Estados Unidos e China, somado à situação de crise na Argentina, comprimiram as exportações brasileiras, contendo um maior crescimento do PIB.

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