ECONOMIA

Alta nos alimentos e combustíveis puxa inflação em março

Atualizado em 12 abril, 2019

A inflação brasileira volta a apresentar trajetória de alta em março de 2019, impulsionada principalmente pelo preço dos alimentos e dos combustíveis, além do aumento nas contas de luz.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março foi de 0,75%, bem acima da taxa do mesmo período do ano passado (0,09%) e 0,32 ponto percentual (p.p.) acima de fevereiro (0,43%). Esta foi a maior taxa para março desde 2015 (1,32%). A variação acumulada no ano foi de 1,51%, também a maior para o período desde 2016 (2,62%). O acumulado dos últimos doze meses foi para 4,58%, contra os 3,89% nos 12 meses imediatamente anteriores.

De acordo com o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova, o resultado do IPCA sofreu influência dos grupos Alimentação e bebidas (1,37%) e Transportes (1,44%). Os dois grupos representam quase a metade das despesas das famílias e responderam por 80% do índice do mês, com impactos de 0,34 p.p. e 0,26 p.p, respectivamente.

O grupamento dos alimentos para consumo no domicílio registrou alta de 2,07%.  Nos Transportes, após a deflação (-0,34%) de fevereiro, o índice apresentou forte aceleração (1,44%), a maior variação entre os grupos de produtos e serviços pesquisados. Os combustíveis (3,49%) foram os principais responsáveis pela alta, com a gasolina custando, em média, 2,88% a mais.

“A alta de dois insumos básicos tem potencial de encarecer toda a cadeia produtiva nos próximos meses. Desse modo, é esperado que a inflação se mantenha em níveis próximos ao centro da meta (4,5%) no segundo trimestre do ano”, aponta Córdova.

O grupo Vestuário também deixou para trás a queda de fevereiro (-0,33%), registrando em março alta de 0,45%. Os destaques são as roupas masculinas (de -0,01% em fevereiro para 0,68% em março), roupas femininas (de -0,56% em fevereiro para 0,34% em março), roupas infantis (de -0,16% em fevereiro para 0,41% em março) e os calçados (-0,54% em fevereiro para 0,38% em março). Em Saúde e cuidados pessoais (0,42%), o destaque fica com o item plano de saúde (0,80%).

Com -0,22%, a comunicação foi o único grupo que apresentou deflação em março, por conta da queda no preço dos aparelhos telefônicos (-1,44%) e do item telefone fixo (-0,75%), que tiveram redução média de 7,50% no valor das tarifas de fixo para móvel a partir de 25 de fevereiro.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,77% em março, 0,23 p.p. acima da taxa registrada em fevereiro (0,54%). Foi a maior taxa para um mês de março desde março de 2015 (1,51%). O acumulado no ano foi para 1,68%, o maior para o período desde 2016 (2,93%). O acumulado dos últimos doze meses foi para 4,67%, contra 3,94% nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2018, a taxa foi de 0,07%.

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